Estudantes de medicina da Afya Faculdade de Ciências Médicas de Guanambi, sob a orientação do professor Felipe Teixeira Dias, estão conduzindo um importante projeto de pesquisa sobre a distribuição de médicos no Sudoeste Baiano. O estudo faz parte do “Observatório da Sustentabilidade no Sertão Produtivo”, uma iniciativa que integra parcerias com Grupo “Observatório da Saúde e Meio Ambiente do Sertão Produtivo”, com o objetivo de compreender e propor soluções para os desafios de saúde e sustentabilidade da região.
Dentre os estudantes envolvidos na pesquisa, destacam-se os(as) acadêmicos(as) Ana Luísa Carvalho Maciel, Giovanna Lelis Ladeia Brito e José Guilherme Lacerdas Lima, que desempenham um papel crucial na realização do estudo. Juntos, eles estão criando uma “cartografia médica” para mapear a presença de médicos no município de Guanambi e em municípios vizinhos, com o objetivo de entender melhor as lacunas na cobertura médica e contribuir para o planejamento de políticas públicas mais eficazes.
O projeto, que se concentra no município de Guanambi, visa mapear a presença de médicos na localidade e em municípios vizinhos, criando uma “cartografia médica” para entender a distribuição dos profissionais de saúde e identificar desigualdades no acesso à assistência médica. De acordo com os dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), o Brasil conta atualmente com cerca de 598.573 médicos, mas a distribuição desses profissionais não é homogênea. Embora o país tenha uma média de 3,09 médicos por mil habitantes, essa cifra esconde uma grande disparidade entre as grandes cidades e as regiões mais distantes, como o interior do Nordeste, onde a carência de médicos é uma realidade.
A região Nordeste, que concentra 26,8% da população brasileira, possui apenas 19,3% dos médicos do país, com uma média de 2,22 médicos por mil habitantes, o que está abaixo da média nacional. O município de Guanambi, que integra essa realidade, é um exemplo de como a escassez de médicos impacta a população local, principalmente nas áreas mais afastadas dos centros urbanos.
Esse estudo busca preencher uma lacuna importante na análise da distribuição de médicos na região, trazendo à tona a realidade das áreas mais necessitadas e contribuindo para o planejamento de políticas públicas mais eficazes. Os dados obtidos por meio da pesquisa serão utilizados para gerar mapas e informações que possam orientar futuras ações voltadas para uma distribuição mais equitativa de médicos no Sudoeste Baiano.
Além disso, o projeto também está alinhado com as tendências observadas no Brasil, como a crescente feminização da profissão médica, que desde 2009 apresenta um aumento no número de mulheres ingressando na área. Atualmente, as mulheres representam 60% dos novos médicos formados anualmente, superando os homens (40%). Esse fenômeno é uma característica importante para a análise do perfil da medicina no país, que também impacta a distribuição dos profissionais nas diferentes regiões.
Por meio dessa iniciativa, os estudantes da Afya não apenas contribuem para a pesquisa acadêmica, mas também se envolvem diretamente com os desafios de sua comunidade, buscando soluções práticas para um problema real. O projeto, que integra o Observatório da Sustentabilidade no Sertão Produtivo, demonstra a importância da atuação acadêmica no desenvolvimento de estratégias que podem transformar a realidade da saúde no Sertão Baiano e em outras regiões do Brasil.
A criação de uma cartografia médica precisa e detalhada é um passo crucial para promover a equidade no acesso à saúde, garantindo que os profissionais de medicina possam atuar onde são mais necessários e, assim, melhorar a qualidade de vida da população local.
Este projeto faz parte de uma iniciativa maior de envolvimento acadêmico com o território, e a contribuição dos estudantes como Ana Luísa Carvalho Maciel, Giovanna Lelis Ladeia Brito e José Guilherme Lacerda Lima (4º Período do curso de Medicina) tem sido essencial para o avanço da pesquisa. A criação de uma cartografia médica detalhada é um passo importante para promover um acesso mais justo e equitativo à saúde, especialmente em regiões como o Sertão Baiano, onde as disparidades no atendimento médico ainda são um grande desafio.